Quem sou eu

Olá Mama! Olá queridas filhas! Depois da nossa conversa está aqui um pouco do muito que aprendi com a vida e, lógico, vocês foram a minha inspiração para aprimorar sempre. E aprendi que .... hora é a vida que nos leva, .... hora nos deixamos levar e muitas vezes somos nós que temos que controlar a situação, mas com mansidão. Aqui no caso do forno e fogão é imprescindível vocês dominarem a receita, buscando sentir cada etapa, os passos da formulação, analisar a química da transformação dos ingredientes, as múltiplas sensações que nos levam para o resultado final. Dominar tanto a fase do preparo, conhecendo os materiais, e dominando o uso, assim como conhecendo a fase do forno e a fase final, que é tão importante para o sucesso de uma receita.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

1ª festa do Ti - quitutes da fazenda São Lourenço

Dia feliz e esperado!
As tias e avós estão corujíssimas. Imaginem meninas, receitas de mais de um século de família  vão chegar para o niver do Ti. Esse livro era da Vovó Durvalina no tempo da Fazenda de São Lourenço na região de  Cabras. 
A bisa criou onze filhos e nove nasceram na fazenda e a caçulinha nasceu em Campinas, numa casa em frente ao Jardim Carlos Gomes, na rua BoaVentura . Bons Ventos trouxeram a Caxuxa como era carinhosamente chamada pelos irmãos e ela fez  história, formou  família e hoje é a mãe de todos nós. Ela cuida e se preocupa com todos  e ainda sobra tempo pra  fazer muiiiita coisa, como por exemplo tocar o seu sonho realizado.... voltar as origens, por os pés na terra, na sua fazenda de verdade! Ti , sua bisa é exemplo a ser seguido, meu netinho que Deus te abençoe e que sua festa e que é também da sua mamãe querida, minha filha, seja muito feliz, um sonho realizado.


   Rapadurinha de Leite da            Vovó  Durva

  1 litro de leite
  500 gr de açucar
  Ferve o leite até reduzir a metade. Junta-se o açúcar, vai mexendo até que apareça o fundo do tacho; retira-se do fogo e bate-se até começar a açucarar.Despeja-se sobre  uma pedra marmore e logo que começar a esfriar corta-se em quadradinhos.
É só mexer bem que as rapaduras ficam clarinhas.





balas de leite das nossas avós    

3 copos de leite
2 copos de açúcar

2 colheres de mel de abelhas bem cheias ( mel de boa procedência)
1 colher de manteiga
1 colher de café de bicarbonato de sódio


Mistura-se tudo, leva-se ao fogo mexendo bem. De inicio precisa vigiar pois o leite derrama.Depois fica manso mais vigie pois torna a subir quando menos espera .E assim o doce vai apurando,vai escurecendo e ficando com o tom de caramelo. Quando começa a aparecer o fundo do tacho está quase no ponto.Agora precisa de muita atenção. Faça o teste com uma tigelinha com água. Pingue com a colher o doce fervendo na água. No inicio sai uma bala mole da água e conforme vai fervendo o doce a bala teste deve ficar com um aspecto mais firme, vocês sentem a diferença com as pontas dos dedos, tudo é uma questão de sensibilidade e segurança. Lembra muito o ponto do brigadeiro, o doce quer sair da panela, ele sozinho desgruda. E não se esqueça que você está tratando de leite e açúcar e com isso estou querendo dizer que pode açúcarar pois vocês estão próximo de uma rapadura de leite; então nesta parte final  mexa delicadamente o doce. Não deixe passar do ponto  pois  vocês correm o risco de ver o doce açucarar .Derrame no mármore untado  em fitas e assim que esfrir um pouco enrole as fitas em cordões e com a tesoura corte as balas e embrulhem em papel impermeável. A qualidade e o sabor da manteiga sem sal é muito importante e do mel também.


Bala de café ( as tias é que faziam as balas de café. Quando criança achava de um mal gosto gostar dessas balas e olhava a minha avó e me sentia feliz por ela não escolher essa opção, café o tão famoso).
3 copos de açucar
1 copo de café forte
1 copo de leite
1 colher de manteiga
1 colher def arinha de trigo
Mistura-se tudo e vai ao fogo.Mexe-se até formar ponto de bala,despeja no marmore , deixa esfriar e corta-se.

Filhas aqui vai um pouco de história, compreender também  porque na casa da vovó tem-se muita prosa, é isso aí........ a gente gosta de sentar e conversar.....





Compadres e Comadres aos domingos no carro da família e o dia a dia na fazenda e nos arredores, as vilas.

 
e aqui a bisa no Jardim Carlos Gomes. Não nasceu na fazenda e sim na cidade grande. A diferença de idade  para o irmão mais velho é de vinte anos. A gente não cansa de olhar, parece um instante real do tempo, na janela do tempo.Ah! se eu pudesse ......pegava no colo.

E no livro da bisa, filhas, tem receitas muito variadas, mais de duzentas, dentre biscoitos,papos de anjo, brevidade,quebra-quebra,merengues, petit four, cup cake, bem casados, lealdade, fatias do céu, esperanças, ninhos,garibaldi, pudim, bolo, pão, rosca, macarrão,etc e etc. Mas sou do tempo da essência da minha avó como doceira que além de um ou outro tipo de doce de fruta em calda fazia e servia com muito amor as   balas de leite, os sequilhos , os bejinhos de coco, os canudos e os bombocados. 

BOMBOCADOS
500g de açucar de calda em fio
6 ovos passados em peneiras
1 pires pequeno de queijo ralado
1 colher de manteiga
1/2 coco ralado
100g de farinha de trigo
Quando a calda estiver no ponto espera-se esfriar e  junta-se a manteiga, os ovos, o queijo , o coco  e por último a farinha.
Coloca-se em forminhas untadas com manteiga e polvilhadas de açucar, Forno quente até corarem.
 .......................................e mais algumas receitas do livro da bisa :
Cocada de ovos 
1 kilo de açucar
1 coco ralado
12 gemas
Faz-se uma calda em ponto de fio, retira-se do fogo, junta-se-lhe o coco e as gemas e de volta ao fogo mexe-se até aparecer o fundo do tacho.Deita-se a cocada em calice e polvilha com canela.

Baba de moça
1 copo de leite de coco
1 copo de calda em ponto de fio
4 gemas
Junta-se todos os ingredientes e leva-se ao fogo para engrossar até aparecer  o fundo da panela. Depois de pronto deita-se o doce em calices e polvilha com canela.


Canudo
água morna..... 1 xic
sal... ...............1 colher chá
manteiga..........1 colher sopa
banha..............1 colher sopa
gemas............ 2
farinha............+ou – 600 g
 Misture tudo .
Vá juntando a farinha e vá adicionando a água que deve estar bem esperta. Bata bem.
Faça uma bola e deixe repousar por ½ hora.
Divida em duas partes e abra bem fino.
Parta tiras de 5 cm.
Unte os canudos de aluminio, enrole a tira de massa e una com clara.
Frite em oleo quente. 

Recheie com doce de leite ou doce de coco(polvilhe com canela).


Suspiros
9 claras ....................................ou...................................6 claras
1/2 kilo de açucar.....................ou...................................400 g
que deve ser seco ao forno.Bate-se as claras , junta-se lhe  o açúcar na batedeira até ficar bem consistente.Pinga-se em tabuleiro ligeiramente untados com manteiga e polvilhado com farinha de trigo.Forno brando.

Ao fundo a bisa ...carregando uma sombrinha. A presença dos  filhos e as mulheres da fazenda que assistiam  a ela . Morou na fazenda São Lourenço por mais de vinte anos.


A foto abaixo é na Fazenda Santa Maria, a residência da bisa de vocês minhas filhas. Ela vivia aqui antes de se casar . Ela contava que quando o biso Guilherme estava por perto a cavalo, pois as Fazendas eram vizinhas, um passarinho voava a frente do cavalo e adentrava na varanda para anunciar que o amado estava chegando. Que romântico!
Aqui é a festa de casamento da  irmã dela, na sede da fazenda .Toda essa folhagem , palmeiras e etc foram introduzidas na sala,  parte da decoração e olha as cadeiras! Apesar de morarem no campo introduziram o jardim na sala .Vejam nada é novo, as coisas vão e voltam.


Imaginem só as iguarias ! 
APOSTO QUE AS BALAS DE LEITE JÁ EXISTIAM!

CONSELHO DE DEFESA DO PATRIMÔNIO CULTURAL DE CAMPINAS - CONDEPACC processo de tombamento nº 04/03
70 - Fazenda São Lourenço
Fazenda Santa Maria - Fundada pelo Comendador Antonio Manuel Teixeira, na década de 1830, a fazenda Santa Maria localiza-se no alto da Serra das Cabras e ainda hoje guarda as marcas da produção de café do passado. Com uma grande casa-sede erigida na segunda metade do século XIX.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

ARROZ DOCE E SUFLÊ DE QUEIJO MINAS

    O inverno já está de malas prontas . Vem conferir se sobrevivemos a ele...... mas muita coisa boa também faz parte da estação. Temos  niver na família e festas de roça. Amanhã, dia 15 é aniversário do vovô e já foi data de grandes comemorações para reunir a família, como ele mesmo diz, a família dele, genros, filhos e netos. Lembro-me do arroz doce caipira da vovó,sem leite moça e nem leite de coco. Apenas leite, ovos , açúcar e canela......quente ou frio ...que delícia!

Arroz Doce

É importante colocar o arroz de molho em água por algumas horas antes de cozinhar, assim a consistência do arroz fica macia no final e levará menos tempo de cozimento. Não se esqueça também que o arroz rende muito depois de cozido, penso que umas duas xícaras de arroz crú é de boa medida. No início mistura-se água e leite e aos poucos vai deitando o leite  conforme vai cozinhando o arroz, sempre em fogo baixo. Ah! um pau de  canela em lasca é bom também e tem quem goste de colocar um pedaço de casca de limão.A quantidade de açúcar na receita vai muito da doçura que se deseja e entra no final quando o arroz está bem cozido, quando nota-se que o arroz "abre". Bate-se o açúcar com as gemas  e adiciona-se ao arroz na panela e mexe-se bem o que vai contribuir para engrossar o doce.
Importante: toda vez que colocamos uma gemada num líquido quente ou no caso um arroz quente é muito importante depois que a gemada estiver bem branquinha, bem batida colocar um pouco de liquido quente na gemada e mexer rapidamente e colocar mais um pouco e mexer novamente. Dessa forma evita cozinhar as gemas assim que entram em contato com o líquido quente, impede de formar grumos.Da mesma forma com as caldas de açúcar e gemas.

2 xic de arroz cru bem cheias
1 litro de leite
4 gemas
8 colheres de açúcar
canela

O arroz doce não leva amido pois o próprio arroz já o contém, veja as definições abaixo:


AMIDOS E FÉCULAS

1. DEFINIÇÃO
Amido é o produto amiláceo extraído das partes aéreas comestíveis dos vegetais (sementes), etc.
 Fécula é o produto amiláceo extraído das partes subterrâneas comestíveis dos vegetais (tubérculos, raízes e rizomas).

2. DESIGNAÇÃO
O produto é designado "amido" ou "fécula", seguido do nome do vegetal de origem. Ex.: "amido de milho", "fécula de batata".

Entre os amidos, féculas e derivados mais usuais, incluem-se:

a) amido de arroz - produto amiláceo extraído de arroz (Oryza sativa, L.);
b) amido de milho - produto amiláceo extraído de milho (Zeamaya, L.);
c) araruta - produto amiláceo extraído dos rizomas de diversas espécies do gênero Maranta (Maranta arundinacea, M. nobilis, etc.);
 





d) fécula de batata - produto amiláceo extraído da batata (Solanum tuberosum, L.);
e) polvilho ou fécula de mandioca - produto amiláceo extraído da mandioca (Manihot utilissima). O polvilho de acordo com o teor de acidez, será classificado em polvilho doce ou polvilho azedo;

f) Sagu é uma fécula extraída de várias espécies de palmeiras, chamadas popularmente saguzeiros, especialmente a Metroxylon sagu e a Cycas revoluta,  feito a partir do amido processado encontrados no interior do tronco do dessas plantas. Provavelmente por extensão de sentido, os navegadores portugueses que transitavam entre América e Ásia associaram a palavra sagu à goma (amido) que os índios brasileiros extraíam da mandioca, a qual chamam de tapioca. Como a palavra tapioca designa também uma iguaria específica, estabeleceu-se que a fécula da mandioca granulada em formato de pequenas pérolas seria chamada "sagu" . No português de Portugal, a expressão sagu designa apenas a fécula das palmeiras.O sagu brasileiro é feito de fécula de mandioca, que por sua vez é um subproduto da moagem do tubérculo para a confeção de farinha.Em todo o Brasil o sagu é mais empregado em receitas doces, servido como sobremesa que também é chamada de Sagu, feito com vinho, leite, suco de uva, suco de laranja, suco de abacaxi, leite decoco, temperado ou não com especiarias, gengibre e/ou ervas aromáticas. Não se descarta seu uso em pratos salgados e sopas.O sagu também é empregado no artesanato caseiro, com adição de corantes, essências e fixador para sabonete e embalados em um tipo especial de tecido para compor sachês perfumados.
g) tapioca - A tapioca é o nome de uma iguaria tipicamente brasileira, de origem indigena tupi-guarani, feita com a fecula extraída da mandioca, também conhecida como goma da tapioca, polvilho, goma seca, polvilho doce. Esta, ao ser espalhada numa chapa ou frigideira aquecida, coagula-se e vira um tipo de panqueca ou crepe seco, em forma de meia-lua (ou disco, como em algumas regiões). O recheio varia, mas o mais tradicional é feito com coco e queijo

anvisa - os padrões de identidade e qualidade para os alimentos


Souflê  de queijo  da vovó 


Leite............................................. 2 xic
Farinha de trigo................. ........... 1 colh. de sopa
Ovos............................................ 4
Cheiro verde......................... ...... 1 punhado
Queijo minas ............................... 1 xicara cheia 
Queijo parmesão ralado............... 2 colheres sopa 
manteiga ou margarina.................. 1 colher  sopa
sal a gosto





 Modo de Preparo:
Doure a farinha na manteiga ou margarina, e , sempre mexendo, vá adicionando o leite quente aos poucos
Afaste a panela do fogo, deixe amornar, adicione as gemas, bata bem e torne a levar ao fogo
Tempere com sal
Deixe ferver por poucos minutos e torne a retirar do fogo
Bata até amornar, adicione o queijo minas, o queijo parmesão.
Por último as claras em neve, misture com cuidado, sem bater.
Despeje em um pirex untado e asse em forno quente
Ele cresce bem e deixe que doure um pouco
Sirva quente
(Obs: não leva fermento, fica fofo devido as claras.)

Lembro-me tão bem..... as crianças sentando na mesa redonda da copa na casa da vovó  e saboreavam o almoço com muito gosto e quase sempre tinha o suflê de queijo. O suflê da Neide era muito , muito bom  e era um dos pratos preferidos. Havia vários outros como o bife "ali na mesa" o preferido do nosso Lorde Missá Goduche. O "sapo no buraco" era o preferido do Cecé. Os bolinhos  fritos de batata era da Juca. A Tatinha era o parmegiana e caçulinha macarrão com ovos batidos.
Mas  lógico, tudo sempre supervisionado pela vovó. 

PERDOE E SERÁS PERDOADO